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Artigo sobre "distimia" a doença do "mau-humor"
28/05/2010 - 02h05m
Um mal chamado mau-humor
Será possível alguém padecer de um mal que se caracteriza “pela falta de prazer” em todos os segmentos da sua vida? Há mesmo quem passe sua noites e finais de semana no canto do sofá enquanto sua família faz e acontece no restante da casa? Tem realmente aquele sujeito que além de detestar festas, não consegue nem pensar em “celebrar” algo, como por exemplo, uma grande conquista profissional com os colegas? Um tempo chuvoso é mesmo capaz de “acabar” com o dia de alguém? E existe mesmo quem não passe um dia sequer sem estar acompanhado por um sentimento de constante mau humor? Sim, existe. E ele “sofre” de Distimia, um Transtorno do Humor caracterizado por depressão e mau-humor crônicos. O sujeito distímico sofre, e sofre principalmente de “falta de esperança”. Nele, no outro, na vida. Por se tratar de um neurótico, ele consegue se relacionar, mas apesar de toda a sua capacidade, é como se passasse a vida no básico, no mínimo. Quando chega a nossos consultórios, geralmente não vem pelo sintoma do mau-humor, mas pelo da depressão e ao ser perguntado desde quando se sente assim, a resposta é: “Desde sempre”. A família se vem junta, geralmente diz nunca ter ouvido falar da “doença do mau-humor” e diz que achava que era assim mesmo, o “jeitão” dele mesmo. Sofria-se, mas já estavam acostumados. Pois é. Existe mesmo a “doença do mau-humor”, e ela tem nome e tem “cura”. A procura por essa “cura” não se trata apenas – se é que se possa dizer apenas – de melhorar a capacidade e fortalecimento de vínculos afetivos, mas de evitar o surgimento de outras doenças como cardiopatias, cefaléias, gastrites, síndromes do pânico e a depressão maior, geralmente paralisante. E a psicanálise oferece um espaço, onde através da escuta desse sujeito se possa chegar a um lugar de maior conforto, com menos angústia, menos ansiedade e com o sujeito em condições de sonhar, fantasiar e viver seu mundo sem medo de se relacionar. Poder apostar na beleza das relações, apesar delas serem sempre da ordem da incerteza e da incompletude. É nisso que reside nossa procura, nossa oferta e nosso trabalho.
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