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Como obter sucesso no amor? [Jornal O Tempo]
17/06/2010 - 20h18m

"Foi a melhor coisa que fiz em minha vida. Mudei da água para o vinho". Assim a bancária paulista Sandra Leitão, 39, define a mudança em sua vida depois que contratou uma agência de namoros. A empreitada, criticada por alguns amigos e até por ela mesma, que teve dúvidas se daria certo e sentiu medo de ser enganada, resultou muito bem-sucedida. Após seis encontros, conheceu o tecnólogo Eduardo Setrak, que se tornou seu companheiro. Hoje, os dois estão muito felizes, após um ano e cinco meses de casamento.

"O pulo do gato foi quando aprendi a entender como um homem escolhe uma mulher. Assim, consegui fazer ele me escolher", revela. Sandra aprendeu a ler os sinais do comportamento de um homem e de uma mulher e as diferenças de comportamento entre eles na hora do encontro amoroso.

"Foi fantástico, aprendi a conhecer as pessoas a partir do meu próprio auto-conhecimento. Me tornei mais confiante em mim mesma. Num dos encontros, por exemplo, após me despedir da pessoa, fui abordada por outro rapaz, que me viu de longe e teve vontade de me conhecer. Acredito que isso aconteceu porque me tornei aberta aos relacionamentos, ao contrário de antes, quando não saía e era mais fechada", conta.

Cupido. Cláudya Toledo, 43, é a dona da agência de namoros que promoveu o encontro entre Sandra e Eduardo. Casada há 20 anos, ela tem três livros publicados sobre relacionamentos entre homens e mulheres, entre eles, "Eles são simples, elas são complexas".

"Sempre fui cupido, desde nova. Promovi casamentos na minha família e entre amigos meus", garante.

Entre as crenças de Cláudya está a de que há três princípios que devem ser observados para um relacionamento dar certo. O primeiro deles é a compatibilidade no nível social. O segundo, a compatibilidade na aparência, e um terceiro seriam os objetivos de vida. "Do que tenho observado nos atendimentos que faço, dificilmente um casal dá certo se não há compatibilidade nos três aspectos".

Ying e yang. Para Cláudya, o beijo é o termômetro do relacionamento. Se o beijo está burocrático, algo já não está indo bem. Entretanto, se as coisas não vão bem, há maneiras de se salvar uma relação. "É preciso investimento das duas partes e não ficar colocando a culpa no outro. Mas, cabe ao homem estimular sexualmente a mulher, porque ele é yang, e cabe à mulher saber receber esse estímulo, porque ela é ying".

Para estimular a companheira, até mesmo um elogio tem efeito. "A sexualidade não se resume ao ato sexual", explica. Já a mulher deve saber atrair o homem para si mesma, ao invés de expulsá-lo de casa. "Se ele chegou tarde, não o receba com quatro pedras na mão. Fale sobre a falta que sentiu da presença dele".

Tem jeito
Encontros. Entre os atendimentos feitos por Maraísa Abrahão em seu consultório, nas sessões de terapia de casal, entre 70% e 80% acabam recuperando o casamento. "E os que se separam o fazem de maneira mais equilibrada", garante a psicóloga.

Dicas amorosas
Jantar a dois. Uma das ferramentas da sedução é a culinária. Uma comida feita com carinho para o amado ou amada dá energia à relação.

Decoração. Uma casa decorada do seu jeito traz muito mais sucesso para a relação do que uma casa organizada por uma pessoa contratada para isso. Coloque sua energia em tudo o que faz, para deixar o seu amor mais confortável em casa.

Sexo. Cabe ao homem despertar a energia sexual na relação. Um simples elogio ou uma massagem podem "esquentar" a mulher. Por outro lado, a mulher precisa estar sempre com a aparência bem cuidada, pois o homem é muito movido pelo aspecto visual.

Diferenças. Aceite o outro como ele é e aprenda a ouvir opiniões diferentes.

Vida a dois requer muito investimento e dedicação

Há pessoas que temem fazer terapia de casal, afirmando que, quando o casal precisa de terapia e decide fazer, acaba se separando. Para o empresário C., que prefere não ser identificado, foi justamente uma terapia de casal que salvou seu casamento.

“Nós brigávamos por qualquer coisa, tudo era motivo para um irritar o outro e, na verdade, não havia uma razão concreta para esse desentendimento. Mas pensamos que valia a pena pedirmos ajuda a uma pessoa especializada, pois sabíamos que nos amávamos. Eu não queria ficar sem ela”, afirma o empresário.

C. diz que uma das coisas “aprendidas” na terapia foi a habilidade de ouvir o outro. “Agora estamos bem. Aprendemos a ceder em pequenas coisas, cada um naquilo que era possível. Mas foi preciso alguém de fora para nos escutar para conseguirmos fazer essa avaliação”, explica.

Foi a psicóloga e terapeuta de casais Maraísa Abrahão que atendeu o casal e acompanhou o desenrolar da história. Para ela, uma das coisas que podem provocar o fim de uma relação é a idealização que um faz do outro. Maraísa explica que cada um espera, sem perceber, reviver os papéis de homem e mulher que aprendeu com os pais. “As queixas que escuto em consultório são do tipo: minha mãe fazia isso para meu pai, por que ela não pode fazer para mim? Mas o casamento envolve algo mais do que ter a pessoa ideal, que é ser a pessoal ideal para o outro. E também precisamos aprender a aceitar a pessoa como ela é”, observa.

Outro ponto que leva a problemas na relação, segundo Maraísa, é a falta de um querer cuidar do outro. “Seja casamento, seja namoro, toda relação exige cuidado e investimento. Dá trabalho ser feliz a dois. Mas as pessoas estão mais preocupadas em ter sucesso no trabalho, em cuidar de filhos e deixam o amor para depois”.


Fonte: Jornal O Tempo



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